A Cartomante – Rua da Guarda Velha

“Camilo pegou-lhe nas mãos, e olhou para ela sério e ëxo. Jurou que lhe
queria muito, que os seus sustos pareciam de criança; em todo o caso, quando
tivesse algum receio, a melhor cartomante era ele mesmo. Depois, repreendeua;
disse-lhe que era imprudente andar por essas casas. Vilela podia sabê-lo, e
depois…
— Qual saber! tive muita cautela, ao entrar na casa.
— Onde é a casa?
— Aqui perto, na rua da Guarda Velha; não passava ninguém nessa
ocasião. Descansa; eu não sou maluca.
Camilo riu outra vez:
— Tu crês deveras nessas cousas? — perguntou-lhe.”

Assis, Machado de. Gazeta de Notícias, 1884. In: Assis, Machado de, 1839-1908. Todos os contos, volume 1 / Machado de Assis; introdução de Ana Lucia Machado de Oliveira. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.


Publicado

em

por